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Amanda Bynes: o que fizeram com a estrela prodígio dos anos 2000?
A trajetória de Amanda escancara como a indústria trata mulheres que crescem sob os holofotes.
Se você cresceu nos anos 2000, é praticamente impossível não lembrar de Amanda Bynes. Carismática, hilária e com um timing cômico fora do comum, ela dominava a Nickelodeon em programas como All That e O Show da Amanda. Com apenas 13 anos, já tinha sua própria série e se tornava uma das maiores estrelas teen da TV americana. O que muita gente não sabe é que o sucesso estrondoso escondia uma pressão absurda para continuar sempre sendo “a engraçada perfeita”. E quando ela tentou seguir outro caminho — inclusive com o sonho de ser estilista —, tudo virou contra ela.
Amanda chegou a dizer, ainda na adolescência, que preferia fazer as pessoas rirem do que ser elogiada pela beleza. Mas, à medida que crescia, a indústria insistia em sexualizá-la. Entre 2010 e 2012, ela anunciou uma pausa na carreira, voltou atrás, foi presa por dirigir sob efeito de substâncias, se envolveu em polêmicas com celebridades no Twitter e começou a apresentar comportamentos que levantaram preocupação pública.
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Em 2013, foi colocada sob uma medida de internação psiquiátrica involuntária, depois de iniciar um incêndio no jardim de um desconhecido. No mesmo ano, seus pais obtiveram a tutela legal sobre ela — medida semelhante à que Britney Spears enfrentou anos depois.
A indústria sabia. E ninguém fez nada.
Enquanto Amanda era exposta na mídia com vídeos, fotos e manchetes sensacionalistas, os responsáveis por sua ascensão continuavam intocados. Dan Schneider, um dos criadores de seus programas mais famosos, viria anos depois a ser investigado por condutas questionáveis nos bastidores da Nickelodeon. E apesar das evidências de que a saúde mental de Amanda estava se deteriorando, a prioridade seguiu sendo transformar sua dor em entretenimento.
A situação ficou ainda mais bizarra quando veículos como a MTV listaram os “erros” de Amanda como uma sequência de escândalos, ignorando completamente o contexto de abuso, pressão e negligência. O histórico da atriz inclui prisões por direção perigosa, denúncias de perseguição da mídia, supostos surtos, alegações graves contra o próprio pai e uma série de internações forçadas. Em uma delas, ela chegou a acusar a polícia de invasão e abuso. Pouco tempo depois, foi anunciado que ela havia sido diagnosticada com transtorno bipolar e depressão, passando a viver sob cuidados constantes.
Desde 2022, Amanda retomou parte do controle da própria vida, tentando manter a privacidade e recomeçar longe dos holofotes. Mas a verdade é que, assim como Britney e outras estrelas mirins, ela ainda é um lembrete incômodo de como a fama pode devorar quem ela mesma criou.