Ganhador de R$ 38 milhões na loteria perde tudo após seguir conselho de banco

Francisco Guerrero é a prova viva de que dinheiro pode até mudar a vida — mas nem sempre pro bem. Em 2005, o pedreiro espanhol ganhou nada menos que €6,5 milhões (cerca de R$ 37,9 milhões) na loteria BonoLoto. Era o tipo de prêmio que faz até o mais cético comprar um bilhete. Mas, vinte anos depois, ele não tem nem onde cair morto — literalmente: está vivendo como invasor na própria casa, sem um centavo do prêmio histórico.

O começo da derrocada foi quase inocente. Guerrero, que mal tinha entendido a conversão do peseta para o euro, achou que tinha ganhado “só” uns R$ 200 mil. Quando caiu a ficha de que estava milionário, ele fez o que muita gente considera sensato: decidiu não torrar o dinheiro e procurou um gerente de banco para investir.

A escolha foi confiar — demais. O gerente o empurrou para investimentos de alto risco, e ele assinou documentos que nem sabia o que eram. “Me disseram que era seguro, sem risco. Confiei. E destruíram minha vida”, contou em entrevista ao jornal El País. Resultado? O dinheiro sumiu. E ele só descobriu quando foi tentar sacar uma quantia para uma cirurgia no joelho. A conta estava zerada.

Mesmo com processos na Justiça e vitórias em três ações, incluindo indenizações que somam mais de R$ 13 milhões, Guerrero nunca viu esse dinheiro de volta. Os prejuízos e dívidas causados pelos investimentos desastrosos acabaram consumindo tudo.

Sem escolaridade e com uma humildade tocante, ele resume sua tragédia com um desabafo duro: “Você me dá uma pá e uma enxada e eu trabalho, mas não entendo nada de banco.”

A história dele viralizou na Espanha como um aviso de que fortuna não significa segurança — principalmente quando se está mal assessorado. Francisco Guerrero tinha tudo para viver o resto da vida com conforto. No fim, virou símbolo de um sistema bancário que muitas vezes joga contra quem mais precisa de orientação.