LGBTQIA+
Pixar eliminou todas as referências queer do filme “Elio”, diz site
Pixar cortou qualquer pista de que Elio pudesse ser queer, demitiu o diretor latino e entregou a pior estreia de sua história

A Pixar acaba de provar que, sim, é possível imaginar um alienígena sem olhos, mas não um garoto de 11 anos que possa, talvez, gostar de outro menino. Elio, lançado em 20 de junho com o rótulo de “o novo original do estúdio”, entrou para a história com um recorde indesejado: pior bilheteria de estreia em trinta anos, cerca de US$ 21 milhões, de acordo com projeções da Forbes. Dias depois, ex-funcionários contaram ao The Hollywood Reporter por que o filme chegou tão pálido aos cinemas: cenas que sugeriam que o protagonista fosse LGBTQIA+ foram aparadas a mando da chefia, e o diretor assumidamente gay, Adrian Molina, foi afastado logo após apresentar a primeira montagem.
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Entre as sequências sumidas está um momento em que Elio exibe, orgulhoso, um cropped cor-de-rosa feito de lixo de praia para um caranguejo-eremita; também desapareceram as fotos insinuando um crush masculino na parede do quarto do herói. Internamente, as ordens incluíam tornar o garoto “mais masculino”. Tudo isso ocorreu enquanto Pete Docter, chefão criativo da Pixar, declarava publicamente que a nova fase do estúdio buscaria ideias de “apelo universal” e “menos catárticas”, e não, jamais, cederia a pressões externas.
O corte ideológico levou a debandada. Molina, latino criado na Califórnia e braço direito de Lee Unkrich em Coco, deixou o projeto “magoado”, segundo colegas. A vaga de comando acabou entregue a Domee Shi (Red: Crescer é uma Fera) e Madeline Sharafian (Burrow), dupla que recebeu o roteiro já esvaziado. Testes em Arizona revelaram que o público até achou o filme “bonitinho”, mas ninguém se animou a pagar ingresso — um prenúncio confirmado no caixa real. Parte da equipe saiu em bloco, entre eles a editora assistente Sarah Ligatich, representante do grupo LGBTQIA+ interno da Pixar, que chamou o processo de “destruição de um trabalho belíssimo”.
No rastro do diretor original foi também America Ferrera. Escalada para dublar Olga, mãe do protagonista, a atriz latino-americana teria se irritado ao ver a liderança latina sumir do projeto e, depois de sucessivas sessões de regravação para adequar diálogos ao novo roteiro, abandonou o filme sem fazer barulho. A personagem virou tia e ganhou a voz de Zoe Saldaña, nome tão vendável quanto inofensivo em termos de discurso.
A ironia maior está no enredo: Elio é levado ao espaço e descobre, em meio a alienígenas excêntricos, que não está sozinho no universo. A versão que chegou às telas, porém, parece isolada de qualquer verdade emocional. Críticos como Alison Willmore, da Vulture, notaram o vazio narrativo e a falta de alma; ela sintetizou: “Para um filme sobre não estar sozinho, Elio não consegue sair da própria cabeça.” O público sentiu o mesmo e ficou em casa.
A Disney, pressionada pela direita trumpista e traumatizada pela polêmica “Don’t Say Gay” (“Não diga gay”) na Flórida, pode achar que apagando nuance se livra de desgaste. Ganhou, no entanto, um fiasco de bilheteria e a reputação de voltar a lixar mensagens inclusivas. A chamada veio, de fato, de dentro da própria casa: um estúdio que há três anos emocionava o mundo com uma menina vermelha aprendendo a lidar com a puberdade agora tropeça no simples fato de que garotos também podem usar rosa — mesmo que literalmente venha do lixo de praia.
LGBTQIA+
Mês do Orgulho LGBTQIA+: por que é comemorado em junho?
Todo junho a gente vê bandeira colorida pra todo lado — mas por que exatamente essa data virou símbolo do orgulho LGBTQIA+?

Todo junho, é a mesma cena: feed colorido, logo de marca trocado por arco-íris, glitter em dobro e drinks temáticos até no café da esquina. Mas por trás de todo esse movimento, tem uma história de resistência que pouca gente realmente conhece — e que a gente PRECISA continuar contando.
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A origem do Mês do Orgulho não veio de um post fofo no Instagram. Veio de um levante. Uma noite de 1969 em que pessoas LGBTQIA+ decidiram que já tinham engolido humilhação demais. Que não iam mais aceitar serem tratadas como criminosas por simplesmente existirem. E onde isso rolou? No Stonewall Inn, um bar em Nova York, “teoricamente seguro”, que vivia sendo invadido pela polícia. Mas naquela madrugada de 28 de junho, foi diferente: elas reagiram. E quem puxou o bonde? Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera — duas mulheres trans, racializadas e maravilhosas que botaram o dedo na cara do sistema e disseram: basta.
A festa veio depois. Primeiro, foi luta.
O que rolou depois de Stonewall foi um empurrão na luta LGBTQIA+ que ecoa até hoje. Um ano depois, em 1970, nascia a primeira Parada do Orgulho — o famoso “Christopher Street Liberation Day”, com uma galera marchando de Stonewall até o Central Park. Aquilo que começou como protesto virou celebração. Mas o espírito? Continua o mesmo: visibilidade, resistência, e um mega “não vamos voltar pro armário”.
A bandeira arco-íris que hoje a gente conhece foi criada por Gilbert Baker, a pedido de Harvey Milk, em 1978. Cada cor tinha um significado (e não era só “ficar bonita no feed”): vida, cura, luz do sol, natureza, serenidade e espírito. Depois vieram outras bandeiras incríveis: trans, intersexo, progress — porque a comunidade é grande, diversa, e cada parte dela merece ser vista.

Mas se engana quem acha que a luta já acabou.
Mesmo em 2025, ainda tem país prendendo e matando pessoas LGBTQIA+. Na mesma velocidade em que lugares como Grécia e Tailândia avançam em direitos, outros como Gana retrocedem. E nos Estados Unidos, o número de leis anti-trans explodiu — o que mostra que o orgulho continua sendo um ato político.
E não dá pra falar de junho sem falar de pink money: um monte de marca adora botar logo colorido, mas na prática não apoia nada. A comunidade LGBTQIA+ já cansou de ser usada como marketing. A cobrança agora é clara: apoie o ano inteiro ou nem cola.
E onde a gente entra nisso tudo?
Se você é LGBTQIA+, esse mês é pra você existir com orgulho — mesmo que o mundo tente apagar sua luz. E se você é aliado, o mínimo é fazer barulho também: compartilhe, aprenda, escute, doe, defenda. Mas faça isso o ano todo, e não só quando for “tendência”.
Junho é um lembrete vibrante de que um grupo de pessoas cansadas de serem invisibilizadas resolveu lutar — e mudou a história. E se você está lendo isso, você faz parte dessa história também. Então, bora continuar marchando, celebrando e construindo um futuro mais seguro, livre e colorido pra todo mundo?
Do fundo do nosso coração (e com glitter nos olhos), Feliz Mês do Orgulho. Hoje e sempre.
LGBTQIA+
Tom Felton ignora polêmicas de J.K. Rowling ao retornar para Harry Potter
Ator volta a viver Draco Malfoy em Harry Potter e a Criança Amaldiçoada, mas comentário sobre J.K. Rowling reacende debate sobre a responsabilidade dos astros da saga.

O universo de Harry Potter está ressurgindo com força. Além do reboot da HBO que começa a ser filmado em breve, a peça Harry Potter e a Criança Amaldiçoada acaba de escalar ninguém menos que Tom Felton de volta ao papel de Draco Malfoy. A estreia marca o retorno do ator ao personagem icônico 14 anos depois do último filme da saga. Só que, no meio da empolgação, um comentário feito por Felton reacendeu uma discussão que a internet conhece bem.
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Durante o tapete vermelho do Tony Awards, o ator foi questionado pela Variety se as posições transfóbicas de J.K. Rowling afetavam de alguma forma sua relação com o projeto. A resposta? “Não estou muito por dentro disso.” E completou: “Nunca vi nada unir tanto o mundo quanto Potter, e ela é responsável por isso. Sou extremamente grato.”
A fala caiu como uma bomba nas redes sociais. Para muitos fãs, principalmente pessoas trans e aliadas, a postura do ator foi vista como apática — ainda mais quando comparada à de colegas como Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint, que já se posicionaram publicamente contra as falas de Rowling desde 2020.

Rowling, aliás, não parou. Recentemente, comemorou uma decisão da Suprema Corte do Reino Unido que afirma que mulheres trans não são mulheres. Além disso, lançou o J.K. Rowling Women’s Fund, fundo que banca ações legais em prol do que chama de “direitos baseados no sexo de nascimento”.
Enquanto isso, outros nomes ligados ao universo mágico têm se posicionado. Paapa Essiedu, que será Snape no reboot da HBO, assinou uma carta aberta condenando a decisão da Suprema Corte britânica. E lá em 2020, quando Rowling publicou um ensaio considerado transfóbico, grande parte do elenco original se manifestou a favor da comunidade trans.
Felton, por outro lado, parece querer distância do assunto. Mas com uma fanbase global e um lugar garantido na cultura pop, o ator tem nas mãos a chance de usar sua influência para o bem — ou seguir fingindo que magia apaga a realidade.
LGBTQIA+
Pedro Pascal, Ariana Grande e outros famosos assinam carta em defesa de jovens LGBTQ+
Celebridades se unem contra corte de US$ 50 milhões destinados à prevenção do suicídio entre jovens LGBTQ+ nos EUA

Mais de 100 celebridades de peso, incluindo Pedro Pascal, Ariana Grande, Dua Lipa e Sabrina Carpenter, assinaram uma carta aberta pedindo a proteção de US$ 50 milhões em fundos federais destinados à prevenção do suicídio entre jovens LGBTQ+ nos Estados Unidos.
A iniciativa surge após o vazamento de um rascunho do orçamento do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA, que sugere a eliminação completa do financiamento ao atendimento especializado para jovens LGBTQ+ por meio do canal de emergência 988, lançado em 2022.
“Não vamos ficar em silêncio”
“Como artistas, criadores e figuras públicas, nossos canais de comunicação vêm com responsabilidade. E hoje, essa responsabilidade é clara: precisamos falar para proteger a saúde mental e a vida dos jovens LGBTQ+”, diz um trecho da carta. “Não vamos ficar em silêncio.”
Desde sua criação, o canal 988 conectou quase 1,3 milhão de jovens em crise com apoio psicológico e acolhimento especializado. A carta destaca que o suicídio entre LGBTQ+ é uma crise de saúde pública que precisa ser tratada com seriedade — e não com cortes.
Mais vozes de apoio
Outros nomes de destaque que assinaram o documento incluem Jamie Lee Curtis, Sarah Paulson, Daniel Radcliffe, Troye Sivan, Alan Cumming, Nathan Lane, Dylan Mulvaney, Bob the Drag Queen, Orville Peck, Kelsea Ballerini e o diretor Paul Feig.
“O que está em jogo aqui são vidas humanas, não política partidária”, reforça o texto. “Nenhum jovem deve ficar sem ajuda no seu momento mais sombrio. Retirar essa linha de apoio é enviar uma mensagem clara de que a vida de jovens LGBTQ+ não vale a pena ser salva. Nós nos recusamos a aceitar essa mensagem.”
Jaymes Black, CEO do Trevor Project, uma das maiores organizações de apoio a jovens LGBTQ+, agradeceu os apoiadores. “Essas vozes influentes lembram ao público que prevenção do suicídio é uma questão de pessoas, não de política. Jovens LGBTQ+ enfrentam rejeição, estigma e discriminação todos os dias, e precisam saber que pertencem a este mundo.”
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