Comportamento
Por que todo mundo está odiando os apps de namoro?
Os aplicativos prometiam revolucionar o amor, mas parece que só deixaram todo mundo mais cansado, frustrado e perdido — e nem o match da vez salva mais
Namorar era pra ser divertido — um mix de descobertas, flertes e surpresas fofas. Mas em 2024, a sensação coletiva é de que o jogo virou… e não exatamente pra melhor. Do tédio de dar likes infinitos até o cansaço emocional de tantos “olás” que não vão a lugar nenhum, os apps que prometeram facilitar a vida amorosa estão sendo acusados de fazer exatamente o contrário. Mas será que a culpa é só deles?
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Primeiro, vamos aos dados: mais da metade dos jovens entre 18 e 29 anos já usou um app de namoro, segundo o Pew Research. E apesar da promessa de conexão, quase metade dessas pessoas relataram experiências negativas. No caso das mulheres, a coisa é ainda mais séria — 60% delas dizem não se sentir seguras ao conhecer alguém por lá. Sem falar nos algoritmos, que muitas vezes reforçam preconceitos e criam bolhas do tipo “só quem é padrão tem chance”.
A ideia de encontrar o amor com um simples deslizar de dedo parecia revolucionária. Mas o que rolou foi uma espécie de “gamificação” do romance. Swipes, superlikes e até limites diários viraram rotina. E tudo isso só pra, às vezes, trocar três mensagens, marcar um date… e ser ghosteado. O problema? Esses apps são empresas que lucram com a sua solidão — e não exatamente com os casais felizes que se formam e somem da plataforma.
IA virou contatinho
E tem mais: a nova moda é usar IA pra conversar com os contatinhos por você. Isso mesmo. Tem gente que deixa o bot flertar, marcar encontros e até mentir em tempo real no date, como num episódio distópico de Black Mirror mal roteirizado. Deu match com o boy perfeito? Talvez você tenha se apaixonado por um algoritmo. Que delícia, né?
Mas nem tudo está perdido. Apesar do caos dos apps, muita gente tem redescoberto formas alternativas de se conectar: o speed dating voltou, os “date-me docs” (sim, um Google Doc com seu currículo amoroso) estão em alta e tem até galera montando comunidades pra viver juntas, como um grupo de amigas chinesas que comprou uma casa pra envelhecer feliz sem precisar de um grande amor pra isso. Porque, vamos combinar, a melhor história de amor pode muito bem ser com suas amigas e um bom vinho numa sexta à noite.
O resumo da ópera? Os apps não são os vilões. Mas talvez a gente precise parar de colocar tanta expectativa neles e focar mais em criar conexões reais — no tempo real, com gente real. Mesmo que isso signifique voltar a puxar papo na fila do café ou dizer “oi” no mundo offline. Afinal, o amor não está nos termos de uso, tá na vida mesmo.