Miley Cyrus não está mais tentando provar nada. Em Something Beautiful, ela canta com a segurança de quem sabe exatamente quem é — e com a tranquilidade de quem não precisa de um hit para justificar sua relevância. O nono álbum da artista, lançado nesta sexta (30) é, sem exagero, uma aula de identidade musical pós-gênero.

Com 13 faixas e quase uma hora de duração, o disco escapa de qualquer fórmula de streaming. É expansivo, teatral em alguns momentos (Reborn parece saída de um musical de Broadway), dançante em outros (Every Girl You’ve Ever Loved tem energia Pet Shop Boys com direito a participação de Naomi Campbell gritando “pose, pose, pose!”), e até introspectivo quando quer. Miley pega o ouvinte pela mão e leva para onde bem entende — sem pedir desculpa por nada.

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O disco também tem momentos de puro escapismo, como o single End of the World, que flerta com balada nostálgica dos anos 2000, e Golden Burning Sun, que parece trilha sonora de filme oitentista com produção de luxo. Em Walk of Fame, ela resgata a vibe de Plastic Hearts, só que com um tempero novo: mais glitter, mais caos e mais Brittany Howard.

A produção, assinada por nomes como Shawn Everett e Jonathan Rado (Foxygen), dá ao disco um ar sofisticado e ao mesmo tempo experimental. E o fato de Miley dividir essa jornada com o namorado Maxx Morando, que também colabora nas batidas, dá um charme adicional — é pessoal, mas nunca egocêntrico.

Something Beautiful é tudo aquilo que o título promete: bonito, em construção, livre. Miley não está aqui para agradar algoritmos. Ela está se divertindo. E no caminho, entrega o trabalho mais autoral da sua carreira.

Nota: 9,0

Taylor Swift pode até ter começado no country e dominado o pop, mas lá no fundo… ela também foi emo. E com muito orgulho! Em uma entrevista à Elle UK e em textos antigos, a cantora revelou que duas bandas definiram sua adolescência e influenciaram diretamente seu estilo de escrever músicas: Fall Out Boy e Panic! at the Disco.

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Sim, a mesma Taylor que hoje quebra recordes com baladas sobre champagne problems e corações partidos, cresceu ouvindo “Sugar, We’re Goin Down” no carro com a melhor amiga. No artigo, ela disse que ouvir “I Write Sins Not Tragedies” do Panic! a transporta direto de volta para seus rolês teen no Tennessee. Emo feelings? Temos.

Mas se a estética visual do Panic! inspirou sua teatralidade, foi o lirismo de Fall Out Boy que moldou sua caneta afiada. Ela já declarou que ninguém a influenciou mais do que eles na hora de escrever letras com frases de impacto.

A faixa “Miss Americana & The Heartbreak Prince”, do álbum Lover, por exemplo, tem título totalmente inspirado nos títulos longos e dramáticos do Fall Out Boy.

Mas não ficou só na inspiração. Taylor fez questão de colaborar com os ídolos. Em 2019, lançou “ME!” com Brendon Urie (do Panic!), num pop chiclete que dividiu opiniões, mas que deixou claro o quanto ela estava feliz de cantar com seu herói teen. Já com o Fall Out Boy, ela subiu ao palco com Patrick Stump no Red Tour e, anos depois, gravou com a banda a faixa “Electric Touch”, do Speak Now (Taylor’s Version).

“I Knew You Were Trouble”, aquela do grito icônico no drop, também tem vibes Fall Out Boy, com letras cheias de frases cortantes. A era Red foi o auge da Taylor flertando com o pop-rock, e a gente amou cada segundo.

Resumindo: a Taylor pode ter evoluído, virado loirinha premiada e empresária bilionária, mas lá dentro ainda mora a garota que usava sombra preta e escrevia letras dramáticas no diário. E a gente agradece por isso.

Os harmonizers que seguraram esse fandom no braço vão poder surtar com calma: o Fifth Harmony pode realmente voltar! Segundo o The Hollywood Reporter, o grupo está negociando um comeback — só que com um detalhe importante: sem Camila Cabello.

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A ideia, segundo fontes, é celebrar os 10 anos do álbum “7/27” (aquele mesmo de “Work From Home”, o maior smash do grupo), com uma turnê inédita e um documentário nos bastidores.

Ainda não se sabe exatamente quem está por trás da organização do retorno, mas tudo indica que Will Bracey, marido da Ally Brooke e também ligado à equipe do Justin Bieber, está liderando a operação.

E não parou por aí: Ally Brooke, Dinah Jane e Lauren Jauregui foram vistas juntinhas em um jogo de basquete na Califórnia essa semana — e os fãs, claro, já ligaram os pontos. Reunião casual ou ensaio pro comeback? 👀

A formação original do Fifth Harmony saiu do The X Factor USA em 2012 e era composta por Camila Cabello, Normani, Ally, Dinah e Lauren. Depois do sucesso com hits como “Worth It” e “BO$$”, Camila saiu em 2016 pra seguir carreira solo, e o grupo ainda lançou um álbum homônimo antes de entrar em hiato em 2018.

Até agora, Normani não apareceu em nenhuma dessas movimentações recentes, o que já levantou dúvidas se ela estará no comeback ou não.